segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sobre Ônibus e Telefones


São três horas da manhã e o telefone toca... Normalmente não gosto de receber ligações de madrugada, tenho sempre a impressão que se alguém ta me ligando a essa hora, não pode ser boa coisa. Mas desta vez foi diferente.

Foi diferente porque eu tinha certeza de quem era e tinha certeza de quem era, porque a 5 minutos estava falando com esta pessoa pelo telefone. 5 minutos foi o que Ela precisou para jogar no papel uma linda poesia que sua mente inquieta a impulsionou a escrever e 5 minutos foi o que ela precisou pra me emocionar e surpreender, novamente, com aquela poesia.

Um “Romance sobre rodas” é muito significativo, pois representa não só como nos conhecemos na viagem de ônibus para Porto Alegre, não só nossas viagens através do Rio para nos vermos, para reuniões, para comemorarmos – ou lamentar no seu caso – mais um vice de seu time – não pude deixar de fazer a piadinha -, como a roda que nos leva a tantos lugares e a janela, “sem grades”, que olhamos para o mundo em movimento, representam quem somos, pois acreditamos nesse eterno movimento do mundo, da história, da mudança, sem nos preocuparmos com “retrovisores”, olhando para frente e querendo que o lugar para onde estamos indo, seja ele qual for, venha ser um lugar diferente e melhor para nós e para todos ao nosso redor.

Acredito que tenha sido mais ou menos isso que tu tenhas tentando passar em seu poema. Mas eu aqui, sentado em frente ao computador e com o coração pulando de alegria com a maravilhosa surpresa da madrugada, penso em mais uma coisa que vai lembrar-me desse nosso romance. Acho que talvez bem menos poético que os veículos de sua poesia – até porque eu precisei bem mais de cinco minutos para conseguir escrever algo sobre nós, e só conseguir depois dessa injeção de alegria que tu me destes – o telefone será algo pra mim marcante. Não consigo fazer metáforas sobre esse aparelho do mundo moderno para nós, mas toda vez que o ouço tocar sei que meu coração pula mais forte, pois com ele podemos viajar em nossas palavras, sem precisar de motor ou rodas.

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