terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Medroso
Ter criado esse blog já se tornou um problema. Antes eu nunca escrevia e raramente tinha vontade de escrever. Uma vez ou outra, inspirado por algum acontecimento importante na minha vida ou no mundo ao meu redor – isso inclui todo o planeta, é claro – me arriscava nesse estranho mundo da literatura e esboçava algum texto que podia, ou não, ficar razoável - considerando alguém que não escrevia nunca e que nem blog tinha -. Mas agora eu estou inquieto. Literariamente inquieto. Vejo motivo pra escrever em cada esquina. O mundo todo passa ser a minha inspiração.
Bem... Eu avisei para todos vocês no meu primeiro post aqui, o “Abertura”, do problema que a acessibilidade à internet pode causar. Disse com todas as letras que essa acessibilidade permite que pessoas como eu, sem aparentemente nenhum dom pra coisa, encare – algumas vezes de forma desastrosa – a arte de escrever que, antes, era para poucos. Há alguns dias li um livro do Veríssimo chamado “Os Espiões”. Nesse livro um dos personagens diz algo mais ou menos assim – não posso dar maior precisão, pois não estou com eles nas mãos e não pretendo levantar-me para estar, isto graças a essa maldita inquietude de escrever – “É preciso ter coragem para escrever, mas é preciso muito mais coragem para não escrever”. Como eu disse não tenho certeza se era exatamente isso, mas a idéia que esse personagem queria passar é que qualquer um pode escrever e expor o que escreveu, mas é preciso ter coragem para guardar pra si aquilo que você pensa. Não sei se era exatamente isso que ele queria dizer, não sei nem se ele realmente o disse, mas quando me vejo sentado de frente para à tela do computado, com o word aberto e o início de uma frase inacabada escrita, entendo perfeitamente o que aquele personagem quis, ou não, dizer.
Preciso usar novamente neste blog a expressão “Faca de dois gumes”, pois esta é uma excelente expressão para transmitir isso que estou passando. Não posso negar que essa ânsia por construir um conjunto de frases que tenham, ou não, coerência ente si, formando assim um texto, tem me levado a pensar e exercitar a escrita, como meu pai, professor, sempre cobrou desde que eu me entendo por gente. Mas assim como ninguém precisa ficar me olhando se exercitar fisicamente – e não recomendo mesmo que o faça – ninguém precisaria ficar olhando eu exercitar a escrita. Vocês poderiam, portanto, evitar o desprazer de encarar uma lombriga magricela levantando peso, assim como poderiam evitar o desprazer de encarar um texto com dezenas de frases aparentemente tiradas do google e/ou dos livros de Paulo Coelho, numa tentativa de produzir e exercitar, mesmo que tardiamente, a escrita.
Eu sou um medroso. Não tenho coragem o suficiente de pegar essas idéias de textos sobre amor, amizade, reflexão e literatura, ignora-las e voltar a atenção para o site de esporte – mesmo sabendo que nessa altura da temporada, as notícias não passam de especulações e hipóteses – ou para qualquer coisa que não exercite minha escrita – e muito menos meu corpo. Medroso que sou e aparentemente sem nenhum respeito pelo bom-gosto de vocês que tão atenciosamente ainda visitam meu blog, – ou mesmo insistem em me ver malhar -, continuo a datilografar linhas e mais linhas de tudo aquilo que me vem à cabeça. E me perdoem mas,... Não pretendo parar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Continuarei vindo ^^
ResponderExcluirSou paciente.
rsrsrs
N te acho medroso e sim um inquieto SER, q tem feito das palavras um mosaico de idéias q trazem: força, coragem, luta e mt amor.mts bjs
ResponderExcluir