domingo, 31 de janeiro de 2010

Amor revolucionário


Tenho quase certeza que foi Che Guevara que, quando perguntado qual é a principal característica de um revolucionário, respondera: “O amor.”. Muitos podem achar que essa foi uma resposta muito vaga, ou que existem centenas de outras palavras que poderiam definir melhor um revolucionário. Che poderia ter falado “coragem”, pois é preciso ter muita coragem para lutar, seja de armas ou bandeiras nas mãos, contra um sistema monstro que detém todos os aparatos de repressão e persuasão em suas mãos para se manter. Poderia também ter falado “força”, força para lutar e enfrentar perigos e sobreviver às adversidades que um militante pode enfrentar. Enfim, este revolucionário argentino, ou melhor, latino americano, ou melhor ainda, internacional, poderia ter escolhido uma gama imensa de adjetivos que poderia descrever a maior característica de um revolucionário, mas ele escolheu a vaga idéia do “amor”.

Vou dizer a vocês que apesar de vaga, acho que Guevara não poderia ter definido melhor a principal característica de um revolucionário. Amor é algo que ninguém jamais conseguiu definir direito, e os que melhor conseguiram foram aqueles que disseram que jamais poderiam definir o amor. Mas, assim como o vento que ninguém vê, mas seus efeitos estão por toda volta, por vezes um tanto quanto destruidores, o amor também é assim. Não o vemos, nem sequer o definimos, alguns ainda dizem que não passa de uma série de reações químicas em nosso corpo, mas certamente todos nós já sentimos o seu poder, por vezes um quanto tanto destruidor. Quando amamos algo, faremos de tudo para preservar, ou alcançar esse objeto amado e é por isso que um revolucionário precisa ter, antes de tudo, amor por aquilo que acredita.

É preciso amar e não só ter coragem, para enfrentar o poder monstro do sistema. É preciso amar e não só ter força, para enfrentar as durezas da luta do dia-a-dia. E nós revolucionários devemos nos policiar todos os dias para ver se há amor suficiente conosco, pois a dureza do cotidiano de um revolucionário muitas vezes pode endurecer o mais mole dos corações.

O amor de um revolucionário está presente não somente em sua vida política, mas certamente em sua vida pessoal também. Revolucionários devem ser sonhadores, e dispostos a buscar aquilo que lhes parecem ser impossível de alcançar, porém, tanto na vida política, quanto na vida pessoal – que muitas vezes se mistura e se confunde – o revolucionário deve saber botar o pé no chão e agir guiado pela razão, encarando a realidade de ao seu redor.

Ninguém disse que a vida de um revolucionário é fácil. Não lutamos porque é divertido. O número de derrotas, muitas vezes, é bem maior que o de vitórias. Mas se soubermos equilibrar o amor e a razão, o sonhar e o pé-no-chão, podermos nos manter de pé e enfrentar todas as adversidades que a vida político-pessoal nos preparará.

Com o testemunho da lua cheia, tento fazer dessas palavras mais que um texto jogado num blog, mas uma filosofia de vida aplicada a minha realidade político-pessoal.

“Sejamos realistas! Desejemos o impossível” (Maio de 68)

Um comentário:

  1. Acho fundamntal q vc coloque o AMOR como parte de sua filosofia de vida.AME mt. TE amo tá?

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